Tive a possiblidade de ser aluna especial (este nome não nos faz exatamente especiais, mas tudo bem…) em duas disciplinas: uma na Unicamp em Antropologia Visual e outra na USP em Antropologia Cultural. Não finalizei a segunda, mas o pouco que vi do alemão Franz Boas – o pai da antropologia cultural e um dos principais precursores da antropologia visual no Brasil – me fez apaixonar por ele… Uma, por ele bater de frente com os “inabaláveis gênios” da Antropologia e outra por ele visualizar a fotografia não como um adendo, mas como um verdadeiro documento muitas vezes não considerada como tal por historiadores e cientistas sociais… “A fotografia é tomada como ampliação do olhar do pesquisador”, já dizia Franz Boas…
Franz Boas teve como maior discípulo o cientista social pernambucano Gilberto Freyre também adepto do mesmo tipo de pensamento.
A etnofotografia – vide tese dos pesquisadores Paulo César Boni e Bruna Maria Moreschi da Universidade Estadual de Londrina, “Fotoetnografia: a importância da fotografia para o resgate etnográfico” – aborda entre outras pertinentes informações, alguns fotógrafos contemporâneos brasileiros ligados a esta área da etnografia. Rosa Gauditano, Milton Guran, Cláudia Andujar, Emídio Luisi…
Nesta foto Franz Boas representa a dança do espírito canibal, parte de uma cerimônia da sociedade secreta Hamatsa, dos índios Kwakiutl (Vancouver, Canadá)… A foto foi tirada para servir de modelo ao escultor de um diorama em tamanho natural, exibido no United States National Museum em 1895. Sua forte influência quando administrou o Museu de História Natural dos Estados Unidos foi de suma importância para a antropologia na américa latina e para o conceito de raça, tanto debatido por ele…