o afeto na fotografia, na Semana de Fotografia do Recife…

Foto: José Albano
                                                       
Existem coisas que tomam conta do nosso coração que é bom até nos afastarmos um pouco para que não haja infartes ou falta de ar… Ui!
Tive a oportunidade de participar da IV Semana de Fotografia de Recife que aconteceu de 17 a 21 deste mês, como já tinha escrito neste blog. Num movimento de resistir a escrever a respeito do momento pós-volta de Pernambuco para São Paulo – pois minha cabeça fervilhava e eu quase fiquei mais louca ainda com tanta informação – preferi me guardar um pouco até escrever este post. Enfim, vamos a ele…
Claro que a maioria dos que visitam aqui o Fotograficaminhamente sabem de meu amor pela terrinha e do quanto recarrego minhas baterias indo para aquelas bandas de lá… Mas dessa vez foi recarregar demais mesmo!!! Muita informação boa, mas ufa… Socorro!!
Para alguns, bem alguns poucos mesmo – ainda bem (!) – uma Semana com “poucas atrações”(?!). Talvez esperassem um circo, um teatro, um evento com fogos de artifício. Não!! Foi uma Semana muitíssimo boa e tranquila… Tranquila para os de fora (pois vimos a produção quase se matando de trabalhar para que corresse tudo lindo e perfeito), mas nem por isso menos intensa. Oficinas ricas em conteúdo, em trabalhos, em discussões, em encontros, cafés da manhã regados a conversas demoradas e gostosas… Palestras exaustivamente necessárias de idéias e pensamentos questionadores e reveladores sobre a fotografia e seus desdobramentos e detonadores emocionais. Digo isso porque foi uma avalanche de afetividade na execução e na participação da Semana como há muito não via em eventos relacionados à fotografia.
Saliento que não desmerecendo outros grandes e pequenos (?!) eventos relacionados à temática da imagem fotográfica, mas realmente a comunhão entre os convidados e os ouvintes, alunos e equipe de trabalho foi grandiosa. Em princípio pensei que meu sentimento foi pelo meu sempre e eterno lado passional a respeito de Pernambuco, mas quando ouvi de todos os participantes vindos de vários cantos do país os mesmos comentários sobre o que aconteceu na vivência dos personagens fotógrafos, teóricos fotógrafos, professores fotógrafos, pude comprovar que não era uma paixão louca que tinha tomado de assalto meu juízo… Foi emocionada e emocionante a Semana de verdade!!!
O professor Antônio Fatorelli, da Comunicação da UFRJ, concedeu uma palestra que fez todos engasgarem sobre o tema tempo e novas mídias. Leiam seu livro: “Fotografia e Novas Mídias“.
Nadja Peregrino, que é carioca + pernambucana, sempre com apuro teórico e sua concepção sobre curadoria muito clara e firme. Mesmo há muito tempo conhecendo o seu trabalho, percebe-se que sempre é uma nova e atual Nadja.
Fernanda Magalhães com seus depoimento e trabalho emocionantes, corajosos e fortes sobre a mulher gorda e nua na fotografia. Consumo, beleza, imagem, identidade, preconceito, racismo, tudo veio à tona nesta discussão.
E Alexandre Sequeira que fez todos presentes a sua palestra naquele Centro Cultural dos Correios do centro do Recife pensarem numa missão quase religiosa quanto à fotografia!!! Poesia e força conceitual num trabalho belo e fundamentado. E novos e novos trabalhos deste pesquisador/ fotógrafo/ iluminado nato. Sequeira trouxe sem exagero algum, tenho certeza, novas perspectivas de análise e execução da fotografia.
Foto: Alexandre Sequeira

Dirceu Maués, com suas invejáveis câmeras artesanais e sua paciência e delicadeza no trato com a imagem e com todos.
Paulo Pereira, do Estúdio Luzia quase um pernambucano de nascença, saiu daqui de São Paulo com várias idéias na cabeça e uma câmera educadora visual na mão. Pôs suas ferramentas na mesa e partiu para o ataque pensante. Os alunos e os meninos do Fotolibras agradeceram demais!!
E tive o prazer de conhecer pessoalmente Mila Targino, com seu lindo trabalho de pesquisa sobre impressão fotográfica em metal e outros tantos suportes. Chamei seu trabalho de “veludo azul da fotografia”! Belo, belíssimo!
E o excelentíssimo senhor cearense José Albano????? Que fotos são aquelas???!! Queria pelo menos uns 5 minutos diários da filosofia de vida deste mestre da fotografia para renascer a cada dia mais fortalecida… Fabuloso!! Busquem saber mais dele!! Ele e vocês merecem.
O sempre presente Evandro Teixeira, que mesmo cansado de várias viagens que havia feito, contagiou seus alunos e fãs e tomou café da manhã todos os dias com um largo sorriso e suas histórias divertidas e respeitosas do fotojornalismo!! Um aluno seu, Arthur Soares, talento novo de Sergipe impressionou o mestre.
Ricardo Peixoto naturalmente revolucionário e educador nas suas abordagens e na sua leitura de portfólio… Queria ter ficado mais perto para aproveitar mais do mestre.
………..
Houve dias que a temperatura mínima era de 32 graus na cidade! Para mim um paraíso… Enfim, coisas de tipo sanguíneo, talvez quem sabe! Mas o calor, além de cozinhar exatamente os juízos, proporcionou uma união e afeto danados de bons dos participantes!!
Os agradecimentos a equipe da Semana, Betika, Mayra, Maria, Rafael, Sabrina linda, Silvana, Aninha, minha Aninha Lira forte e querida, Enaile, Caramiolas, Bel, Bruna, Chico Ludermir, Queiroga, com seu apuro para as palestras, enfim, a todos que não citei aqui, mas nem por isso esquecidos. E principalmente a Mateus Sá, o coordenador geral desta empreitada que me emocionou ao se emocionar no encerramento no Museu Murilo La Greca. E novamente digo: vá com fé, meu querido, vá sempre adiante!! O barco estava certinho no prumo e o mar estava pra cardumes diversos e com um sol lindo iluminando tudo!! Parabéns mesmo pela organização! E novamente muito obrigada pelo convite e pela oportunidade de vivenciar este que foi um dos períodos mais encantadores e afetuosos que todos viveram na dinâmica fotográfica da vida e dos encontros.
A minha oficina… Bem… Minha oficina vem no próximo post porque não sou de ferro…
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